O Iluminismo
- matheusdesenna
- 11 de jan. de 2021
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Um dos movimentos intelectuais mais importantes da história da humanidade, teve seu início no século XVII, tendo o seu auge apenas no século XVIII na França, com o falecimento do Rei Luis XV.
Naquela época, na Europa, predominava-se o absolutismo dos monarcas, ou seja, eram os reis quem detinham todo o poder sobre o Estado. Aliado a esse absolutismo, a Igreja Católica contava com grande prestígio na sociedade e detinha o controle total sobre escolas e universidades. Assim sendo, conseguia difundir sua cultura e modos de pensar a grande parte da população.
A sociedade aquela época era dividida entre a monarquia, o clero, a nobreza, a burguesia e os servos, sendo que somente as duas últimas classes eram pagadoras de impostos. Outro fato predominante na época era o mercantilismo, onde o Estado detinha o poder sobre toda a economia e ficava também em suas mãos todo o acúmulo de metais preciosos. Este cenário descrito era o encontrado na civilização europeia pré-iluminismo.
Intelectuais, filósofos e burgueses questionavam a sociedade tal qual ela era e buscavam alternativas para que fossem realizadas alterações. Eles acreditavam estar trazendo a luz da razão para o mundo e é daí que vem o termo "iluminismo". Para essas pessoas os ensinamentos provenientes da Idade Média deveriam ser apagados da história, surgindo assim a expressão "Idade das Trevas", pois eles acreditavam que nessa época nada de útil foi ensinado ao homem.
As ideias iluministas se difundiram principalmente entre a burguesia, que era a detentora do poder econômico mas que não possuía poderes políticos.
O iluminismo possuía como principais características:
- O fim do absolutismo e dos privilégios da nobreza e do clero;
- O fim do mercantilismo e dos dogmas religiosos;
- Exaltavam a razão em detrimento da fé e religião, enfatizando assim que era através da razão que o homem entenderia o mundo;
- Ideias de progresso superando o fanatismo e as superstições;
- A Europa era o centro da civilização pelo fato de estar mais evoluída do que as outras civilizações.
A partir das ideias iluministas surgem o ideais do liberalismo econômico, preconizados por Adam Smith, que cria o conceito da "mão invisível", que diz que o mercado se autorregula, não sendo necessária a intervenção do Estado. Cria-se também a ideia de que o poder do rei deve ser limitado através de uma Constituição e o intelectual Montesquieu defende que o poder político deve ser dividido em: legislativo, executivo e judiciário, a fim de que haja mais equilíbrio e menos poder concentrado.
Outro ponto defendido pelo iluminismo era o de que os súditos e servos deveriam possuir direitos conforme as outras classes da sociedade detinham. Aquela época servos não podiam deixar a terra por vontade própria, sendo assim, o iluminismo coloca fim ao "regime de servidão". Algumas pessoas até se arriscavam a propor que as mulheres passassem a ter alguns direitos, mas essas ideias não prosperaram.
Enquanto John Locke defendia o direito a propriedade privada (que passou a ser comum após o iluminismo), Rousseau acreditava que as propriedades privadas eram as responsáveis por todo o mal da sociedade, uma vez que o acúmulo de riquezas transformava o homem em alguém ruim. "O homem é bom por natureza, a sociedade que o corrompe" (Jean-Jacques Rousseau).
Diversos intelectuais e filósofos buscavam reunir todo o conhecimento produzido à luz da razão e sendo assim elaboraram um compêndio chamado de "Enciclopédia" que era utilizado para a difusão do saber. Esta publicação contou com a participação de nomes como Montesquieu, Rousseau e Voltaire, que buscavam substituir assim a fé em prol da razão.
Muitos governantes buscavam aderir aos ideais iluministas mas sem abdicar de seus poderes, a esses foi dado o nome de "déspotas esclarecidos".
Ao contrário do que muitos pensam, o iluminismo não se restringiu a Europa. Seus efeitos tomara conta de todo o mundo, influenciando por exemplo a Independência dos Estados Unidos da América.
No Brasil, ele chegou através de publicações contrabandeadas e podemos citar como um exemplo de seus efeitos por aqui, a Inconfidência Mineira. O iluminismo é a inspiração para a Revolução Francesa que viria a seguir.
Principais pensadores iluministas:
- Montesquieu (1689-1755);
- Voltaire (1694-1778);
- Diderot (1713-1784);
- D'Alembert (1717-1783);
- Rousseau (1712-1778);
- John Locke (1632-1704);
- Adam Smith (1723-1790).
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