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Liberalismo e Neoliberalismo

  • matheusdesenna
  • 3 de jan. de 2021
  • 4 min de leitura

O mundo tal qual vivemos atualmente é predominantemente capitalista, ou seja, vivemos em um sistema econômico onde busca-se a maximização do lucro e o acúmulo de capital, além de ocorrer a defesa da propriedade privada, sendo bem sucinto.


Dentro do capitalismo, existem algumas correntes ou melhor dizendo ideologias e entre elas existem duas que muitos de nós certamente já ouvimos falar ou lemos, mas que poucos sabem o que de fato significam, com muitos até mesmo achando se tratar da mesma coisa. O nosso tema de hoje é Liberalismo e Neoliberalismo.


O Liberalismo surge ao fim do século XVII e início do século XVIII, tendo como precursores John Locke e Adam Smith. Naqueles tempos, a Europa tinha estabelecido o sistema econômico mercantilista e ainda mantinha monarquias absolutistas, ou seja, possuía uma forte intervenção do Estado na economia e tinha o papel centralizador do Rei em todas as decisões.


Locke então, defende que todos os cidadãos deveriam possuir o direito de serem livres e também o direito a propriedade privada. Além disso, fazia uma crítica acentuado ao absolutismo, defendendo que a relação entre Estado e povo fosse estabelecida através de um conjunto de leis escritas.


Smith, foi o economista considerado pai do Liberalismo econômico. Em sua obra, defendia que a economia deveria ser regida por leis naturais, onde não deveria haver a participação do Estado, pois o próprio mercado se autorregulava. Além disso, Smith fazia a defesa da importância da livre concorrência, tornando assim o mercado mais competitivo, com as empresas aumentando assim a sua produção, tornando seus processos produtivos mais eficientes e baixando os custos produtivos, fazendo com que seus preços se tornassem mais atrativos.


Entre as principais características do Liberalismo, podemos citar:

- Livre concorrência de mercado;

- Defesa dos direitos individuais em prol dos direitos coletivos e a igualdade de direitos entre todas as pessoas;

- Intervenção mínima do Estado;

- Meritocracia;

- Direito a propriedade privada;

- Lei da oferta e demanda.


Após o término da 1ª Guerra Mundial, os EUA se estabeleceu como a grande potência mundial com a destruição ocorrida na Europa e exportava em altíssima escala para esses países que estavam em processo de reconstrução, sendo assim, também produzia em altíssima escala, afinal, possuía um mercado comprador ativo. Em 1929, com o reestabelecimento dos países europeus, acabou-se aquela necessidade de compra em altos níveis, mas mesmo assim os EUA continuou produzindo para tal, o que acabou gerando uma grave crise que ficou mundialmente conhecida como a "Crise de 1929".


A partir dessa crise, o Liberalismo tal qual era conhecido entra em sua decadência, pois surge a ideia de que se o Estado tivesse intervindo no mercado, a produção teria sido equalizada e o colapso produtivo ocorrido não teria acontecido. Ou seja, volta-se a defender que o Estado não esteja ausente do mercado e sim que ele tenha participação no mesmo. Porém, em 1970 acontece no mundo a "Crise do Petróleo", fazendo com que as economias dos países europeus e dos EUA, entrem em colapso. Nasce então o Neoliberalismo, como contraponto a social-democracia e os preceitos do economista John Maynard Keynes.


Enquanto social-democracia defendia uma política de intervenção do Estado a fim de diminuir as diferenças sociais oriundas do capitalismo e também um papel regulador do Estado para promover uma distribuição de renda mais igualitária, Keynes defendia a intervenção máxima do Estado na economia.


O Neoliberalismo nasce com a crítica de que o "Estado forte" é oneroso e limita as ações comerciais. Keynes tinha como uma de suas premissas o papel do Estado em ter uma atuação forte gerando um bem estar social, podemos exemplificar isso com o fortalecimento de Sindicatos, que haviam nascido da necessidade em os trabalhadores terem uma voz ativa em busca de melhorias sociais para si, porém, como efeito negativo ao empresariado pode ocasionar um aumento salarial, fato que alteraria bruscamente o custo de produção, o valor final do produto e assim se tornaria um diferencial competitivo em termos de concorrência. Ou seja, direta ou indiretamente é a mão do Estado no mercado.


Com a defesa absoluta da liberdade de mercado, a restrição a intervenção estatal e o alto nível de endividamento dos países subdesenvolvidos, surge a ideia das privatizações, uma das principais características do Neoliberalismo, ficando a cargo do Estado apenas os serviços imprescindíveis e mesmo assim com um nível pequeno de intervenção. Margareth Thatcher, uma das precursoras do Neoliberalismo, disse: "Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar as suas dívidas, que vendam as suas riquezas."


As principais características do Neoliberalismo são:


- As privatizações, conforme citado acima;

- Abertura do mercado para empresas estrangeiras;

- Livre circulação do capital internacional;

- Liberdade de concorrência;

- Busca pela diminuição de impostos;

- Combate ao protecionismo alfandegário;

- Controle das políticas sociais.


Apesar de ter surgido na década de 70, chega no Brasil na década de 90, no governo de Fernando Collor, porém, se evidencia mais no governo de Fernando Henrique Cardoso, com a privatização de mais de 100 empresas estatais, destacando-se a Vale do Rio Doce, atual Vale, as empresas de distribuição de energia elétrica e telecomunicações.


Não são poucos os críticos do sistema Neoliberal, mas isso é assunto para uma outra postagem. Espero que tenham gostado. Caso tenha ficado alguma dúvida, pode deixar sua pergunta no campo de comentários que será um prazer lhe responder.

 
 
 

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