A escolha do 1º de maio como o Dia Internacional do Trabalhador

Que dia 1º de maio é comemorado o Dia do Trabalhador e que é feriado nacional no Brasil, a grande maioria das pessoas sabem. O que poucos sabem é a motivação por trás deste dia e o que ele de fato representa na luta por melhores condições de trabalho.

Hoje, explicarei de forma bem didática o real significado deste dia comemorado em quase todo o mundo.

Como já compartilhado até mesmo aqui, em outros textos, com a migração populacional do campo para as cidades, estas pessoas foram obrigadas a buscar novos meios de renda e trabalho. Fazendo-se valer disso, os empresários, ou melhor dizendo, os empregadores, exploravam essas pessoas a condições sub-humanas de trabalho, chegando a trabalhar a exaustão por até 17h ao dia. A época, não se existiam os dados estatísticos como conhecemos hoje, pois se houvessem, ficaria nítida a quantidade de pessoas que morriam ou adoeciam em decorrência de suas atividades laborais.

Diante desta cenário assustador, em 1984, ocorre um congresso reunindo sindicalistas dos EUA. Neste congresso fica estabelecido o prazo de 2 anos para que os empregadores estipulassem uma jornada máxima de trabalho de 8h diárias.

Aquela época, muitas empresas iniciavam seu ano contábil em 1º de maio e devido a isso era a data onde muitos empregados eram admitidos e remanejados nas empresas. Sendo assim, ficou estabelecida esta data para o início das manifestações, 1º de maio de 1886. Com o estímulo de grupos anarquistas, a greve tomou grandes proporções. Estima-se que mais de 340 mil trabalhadores participaram em todo o Estados Unidos.

Diante da greve, os empresários contrataram trabalhadores para fazer uma contrapartida e se mostrarem contrários àquilo que estava ocorrendo. No dia 3 de maio, os trabalhadores em favor da greve, entraram em conflito com os contrários e ao correrem atrás deles, policiais interviram em prol dos contrários. O conflito resulta na morte de 3 trabalhadores, o que gera uma grande manifestação pelo ocorrido acontece e após a dispersão da multidão sobram em torno de 200 trabalhadores e um número igual de policiais. Uma explosão ocorre próxima aos policiais, vitimando fatalmente alguns deles.

Devido ao episódio fatal dos policiais, alguns sindicalistas são condenados a forca, mesmo que não existissem provas contra eles. Um dos condenados se suicida na prisão, outros 4 deles são enforcados no dia 11 de novembro de 1887, dia que ficou conhecido como "Black Friday" e outros 3 deles são condenados a prisão perpétua. Em 1893, os sindicalistas presos são absolvidos pelo governo de Illinois e fica provado que a explosão tratou-se de uma manobra do chefe de polícia para perseguir posteriormente os sindicalistas.

No ano de 1889, a Segunda Internacional Socialista reforçou a ideia de que deveria se existir um dia comemorativo pela luta de melhores condições trabalhistas. Em 1º de maio de 1891, trabalhadores franceses vão as ruas reinvindicando a redução da jornada de trabalho diário. Ao entrarem em conflito com policiais, 10 manifestantes são mortos e não restam dúvidas, o dia 1º de maio estava imortalizado como o dia da luta da classe trabalhadora. Desde então, diversos países adotaram a data como Dia Internacional do Trabalho e feriado, como fez a Rússia no início do século XX. Ainda hoje, a data não é reconhecida pelo EUA, sendo reconhecida por uma grande quantidade de países em todo o mundo.

No Brasil, o Presidente Artur Bernardes instituiu o feriado de 1º de maio em 1925, porém a data era caracterizada por manifestações e protestos. Apenas na Era Vargas, houve uma mudança quanto ao modo como dia era encarado, deixando de ser um dia de protestos para se tornar um dia cada vez mais comemorativo. Era no dia 1º de maio por exemplo que era anunciado o aumento anual do salário mínimo, entre outras conquistas da classe trabalhadora.