A Crise de 1929

"Crise de 1929", "Grande Depressão", "Crash da Bolsa de Nova Iorque", você já ouviu falar em algum desses nomes? Pois é, eles representam a mesma coisa e hoje irei explicar um pouquinho do que foi esse acontecimento complexo e que trouxe profundas mudanças para todo o mundo.

Na década de 1910, o mundo é marcado pela Primeira Guerra Mundial que envolve diversos países por todo o globo, mas que deixa as maiores cicatrizes no continente europeu. Ao término da guerra, os países da Europa estão devastados e tem a necessidade de se reconstruir. Os EUA que antes do conflito já era a maior economia mundial, se consolida ainda mais neste posto após o término da guerra em 1918. Para efeitos de comparação, a estimativa é que tenham morrido em torno de 17 milhões de pessoas em todo o período, sendo que destes, apenas 100.000 eram norte-americanos. Se não bastasse a necessidade destes países se reerguerem, muitos deles perderam boa parte de sua massa trabalhadora, além de terem sua economia e cadeias produtivas devastadas.

Ao término do conflito, um clima de otimismo toma conta de todo o mundo, as pessoas acreditavam que já não existem mais motivos para que uma nova guerra de tamanha proporção volte a acontecer e que todas as tecnologias desenvolvidas para o combate serão revertidas em melhorias para a população. Os EUA se torna ainda mais um potência hegemônica no campo da economia.

O clima de otimismo nos EUA era tão grande que cresce o número de pessoas que buscam tomar empréstimos bancários a fim de investir em ações, pois as mesmas cresciam em um ritmo de extrema aceleração. Para se ter uma base, em dado momento o país contava com algo em torno de 8,5 bilhões de dólares em empréstimos tomados e apenas 4,5 bilhões de dólares em moeda corrente. As grandes tecnologias provenientes da grande guerra, reestruturam todo o setor produtivo rural, o que gera um aumento no desemprego do setor em todo o país.

A Europa enfim consegue reestabelecer sua cadeia produtiva diminuindo a necessidade de importação de produtos dos EUA, além de capital para a sua reconstrução. Os norte-americanos porém mantém sua escala de produção a níveis absurdos, níveis estes que seu mercado interno sozinho não era capaz de consumir. Sob pressão dos grandes banqueiros, o Federal Reserve sobe a taxa de juros no país no ano de 1929, o que desencadeia uma crise social e humanitária no país.

No dia 24 de outubro de 1929 ocorre a "quinta-feira negra", onde com uma queda muito acentuada as ações começam a ser vendidas em grande escala e mesmo com preços mais baratos não encontram compradores. Banqueiros injetaram milhões na bolsa a fim de que se evitasse a quebra da mesma, mas a medida teve fôlego curto. No dia 29 de outubro de 1929 ocorre a "terça-feira negra". Mesmo com preços baixíssimos, não se encontram compradores para as ações e em apenas algumas horas a bolsa de Nova Iorque cai entre 11% e 12%, trazendo um prejuízo aproximado de 40 bilhões de dólares (o que hoje seria em torno de 400 bilhões de dólares), é a quebra da bolsa de Nova Iorque e o início da maior crise econômica do século XX.

Como resultados imediatos da crise, o PIB norte-americano cai para aproximadamente a metade, mais de 5 mil banco declaram falência, o desemprego atinge 1/4 da população ativa do país, com o aumento do desemprego diversas pessoas migram para outras regiões do país, criando espécies de cortiços.

O governo do presidente Hoover, toma uma série de medidas a fim de contornar ou minimizar a crise, porém, o tiro sai pela culatra e as medidas aumentam a crise. Com isso, ideias nacionalistas ganham poder nos EUA. A crise foi tamanha que não atingiu apenas os norte-americanos, mas também todos os países que de certa forma dependiam economicamente do país. O Brasil por exemplo tinha boa parte de sua economia baseada na produção do café e tinham nos EUA o seu maior comprador do país. Devido a crise de 1929 o Brasil teve uma baixíssima produção do mesmo. Isso ocorreu com diversos países.

Na Europa os países são tomados pela hiperinflação e desemprego. Economias que dependem de exportações agrícolas entram em colapso e desencadeiam diversas outras crises, com isso ideias nazifascistas começam a prosperar pelo continente europeu.

A fim de enfim solucionar os agravos da crise e o fim do liberalismo econômico, há uma profunda mudança na política norte-americana que culmina na eleição de Franklin Roosevelt em 1932 para a presidência dos EUA. Roosevelt formula o "New Deal", que foi uma série de programas que buscavam recuperar e reformar a economia norte-americana, além de auxiliar todos aqueles que foram prejudicados pela Grande Depressão.

Ficou com alguma dúvida a respeito da Crise de 1929? Deixe seu comentário abaixo que lhe responderei com o maior prazer.